Aneel aprova 23 propostas no P&D sobre armazenamento de energia

Investimento está estimado em R$ 405,8 milhões; data limite para conclusão dos projetos é maio de 2021

Wagner Freire, da Agência CanalEnergia, de São Paulo, PeD e Tecnologia
30/03/2017

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nesta semana 23 projetos submetidas à chamada pública P&D Estratégico nº 21/2016 – Arranjos Técnicos e Comerciais para a Inserção de Sistemas de Armazenamento de Energia no Setor Elétrico Brasileiro. O investimento previsto nos projetos aprovados é de R$ 405,8 milhões. No total, foram apresentadas 29 propostas. Onze foram aprovadas e outras 12 propostas foram aprovadas com recomendações. Seis foram reprovadas.
Para a seleção foram empregados os critérios de originalidade, aplicabilidade, relevância e custos. O P&D tem como objetivo o desenvolvimento de projetos para avaliação e inserção de sistemas de armazenamento de energia no setor elétrico brasileiro, de forma que permita criar condições para o desenvolvimento de base tecnológica, propriedade intelectual e infraestrutura de produção nacional.
Foram aprovados projetos das empresas Engie, Petrobras, Cesp, Copel D, Cemig D, CPFL Piratininga, CPFL Paulista, Cteep, Energisa MS, Coelce, Furnas, Celesc D, Amazonas Energia, RGE. As propostas recebidas contemplaram diversas tecnologias de armazenamento de energia desde baterias de íon de lítio, aplicadas principalmente para as situações em que se necessita locomoção e mobilidade do sistema de armazenamento, até aplicações como baterias de chumbo-ácido, hidrogênio, usinas reversíveis e estocagem de ar comprimido em cavernas de sal.
As próximas etapas do cronograma de execução da chamada incluem a apresentação do interesse de execução do projeto pelo proponente e o desenvolvimento do projeto, com data limite para conclusão 10 de maio de 2021.
Chamada – O investimento total previsto para os 29 projetos é de R$ 558.437.473,60, com valor médio por projeto de R$ 19,2 milhões. Segundo a Aneel, o valor superior a 6 vezes o valor médio dos projetos cadastrados na base de P&D da SPE/Aneel e não vinculados às Chamadas de Projeto de P&D Estratégico (R$ 3,1 milhões), “o que sinaliza uma união de esforços e recursos em projetos cooperativos e de maior envergadura, potencializando o compartilhamento dos resultados a alcançar.”
Os projetos foram propostos com duração prevista de 24 a 48 meses, utilizando tanto recurso do Programa de P&D regulado quanto contrapartida externa por parte das entidades executoras. Em relação à capacidade instalada em plantas de armazenamento de energia, o somatório de todas as plantas resulta em um total de 23,5 kWh.
A chamada estabelece no item “premissas básicas” o qual estabelece que a proposta “deverá incluir a construção de uma planta piloto de armazenamento de energia conectada direta ou indiretamente à rede de distribuição e/ou transmissão de energia elétrica”, a rubrica de maior volume para a maioria das propostas foi a de Materiais Permanentes. A previsão total de investimento, considerando apenas os projetos indicados para aprovação, é de R$ 256 milhões, 46% do total. Apesar de grande parte desse valor ser direcionado para a construção dos protótipos, há também recursos para a capacitação laboratorial.
A segunda maior rubrica identificada, de forma global, é de “Recursos Humanos”, com custo estimado em R$ 159 milhões, 28% do total de aporte do recurso do P&D regulado. O total de profissionais envolvidos na chamada é de 1.059 (804 se for considerado apenas os aprovados), contemplando pesquisadores, coordenadores, gerentes e técnicos. Os valores praticados de custo horário discriminados nas propostas atingiram um Homem-hora (Hh) com os valores mais frequentes na faixa de R$ 160 a R$ 200 e mostram-se dentro da média do mercado. Os valores de remuneração média mensal individual no projeto apresentaram um valor médio de R$ 7.653,05/mês e também se situa dentro da média praticada.
Os seis projetos reprovados tinham custos estimado total de R$ 152,5 milhões, sendo que o maior deles, proposto pela Eletrobras, custaria R$ 92,2 milhões no armazenamento de energia por meio de ar comprimido em caverna de sal.