Abragel defende mais PCHs em leilão ‘A-6’.

Energia

Rodrigo Polito

Do Rio

O segmento de pequenas centrais hidrelétricas – usinas com até 30 megawatts (MW) de capacidade instalada – articula uma recuperação no mercado de energia elétrica. De acordo com a Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel), uma das principais entidades que representa o segmento, a expectativa é aumentar em 50%, para 1.500 MW, a capacidade de projetos do tipo cadastrados no próximo leilão de energia do tipo ‘A-6’, que negociará contratos de energia de empreendimentos futuros com início de suprimento em 2024 e que o governo pretende realizar em junho.

No último leilão ‘A-6’, realizado no fim de dezembro, foram inscritas 66 pequenas hidrelétricas, totalizando uma capacidade instalada de 1.044 MW, o equivalente a 2% da potência total cadastrada para o certame. Desse total, 43 projetos (732 MW) foram habilitados para a concorrência, dos quais apenas seis (139 MW) arremataram contratos. A PCH respondeu por apenas 3% da capacidade instalada contratada no leilão.

Já o leilão A-4, que negociou contratos de energia de empreendimentos futuros com início de fornecimento em 2021, também em dezembro, apenas uma PCH (de 10 MW) arrematou contrato. Ao todo, 25 projetos venceram contratos naquele certame.

“A expectativa é que o leilão para 2024 tenha uma demanda grande”, afirmou Ricardo Pigatto, presidente interino da Abragel. “Precisamos retomar a importância das PCHs para o sistema nacional. Aparentemente esqueceram da importância dessa fonte de energia”, completou.

Um dos objetivos da Abragel neste ano é fazer reuniões com os principais fabricantes do setor (entre eles, WEG, GE e Andritz) para discutir estratégias para os leilões de energia. Na opinião de Pigatto, essa negociação prévia com fornecedores tem contribuído para o sucesso de outras fontes de energia nos leilões, principalmente eólica e solar.”Vamos entrar em contato com os fabricantes”, explicou o executivo.

Outro ponto fundamental, destacou, é o preço-teto a ser estipulado pelo governo nos leilões. Para a Abragel, um preço viável para o desenvolvimento dos projetos seria da ordem de R$ 290 por megawatt-hora (MWh). No último leilão A-6, o preço-teto para a fonte hídrica foi de R$ 281/MWh.

De acordo com a Abragel, existem em operação no Brasil hoje 1.054 hidrelétricas com capacidade instalada inferios a 50 MW cada, incluindo as de pequeno porte. Juntas, elas somam potência de geração de 5,6 mil MW.