GSF: hidrelétricas devem gerar 87% da garantia física em agosto, calcula ONS

Geração térmica prevista é de 15.356 MW médios para agosto, chegando em dezembro com uma geração de 16.428 MW médios

Canal Energia, 23/07/2014

Os geradores estão ainda mais preocupados com o GSF neste segundo semestre do ano. A previsão do Operador Nacional do Sistema Elétrico é que o fator fique em 0,87 em agosto, ou seja as hidrelétricas vão gerar 87% da garantia física declarada. Em setembro, o fator deverá ser de 0,90, passando para 0,91 em outubro, 0,94 em novembro e 0,96 em dezembro de 2014.

As térmicas, ainda de acordo com Hermes Chipp, diretor-geral do ONS, ainda devem continuar gerando em níveis alto. A geração prevista é de 15.356 MW médios para agosto, chegando em dezembro com uma geração de 16.428 MW médios. O Custo Marginal de Operação para agosto é estimado em R$ 581,96/MWh, chegando a R$ 631,27/MWh em novembro e terminando o ano em dezembro em R$ 618,86/MWh.

Luiz Fernando Vianna, presidente do Conselho de Administração da Apine, diz que o risco hidrológico é do gerador, mas que existem fatores impossíveis de se prever e que isso deve ser levado em consideração. “Ninguém prevê um risco hidrológico de 87% aliado a um PLD De quase R$ 600/MWh”, comentou Vianna ao participar do Fórum CanalEnergia: Risco Hidrológico e Cenários para o PLD 2014/2015, que acontece nesta terça-feira, 22 de julho, no Rio de Janeiro.

A Apine, junto com a Abiape e a Abragel, está elaborando um estudo, de acordo com Vianna, que mostrará o que realmente é risco do gerador e o que não é. Além disso, serão realizados cálculos do impacto financeiro do GSF para os geradores. Charles Lenzi, presidente da Abragel, diz que o impacto do GSF tem sido muito grande e é preocupante. “O tema GSF não pode ser colocado apenas ao risco hidrológico. Existem outros fatores que estão impactando a questão”, aponta.

Ele diz que é essencial se rediscutir a matriz energética brasileira, a confiabilidade e a segurança do sistema. “As PCHs tem potencial em projetos existentes de 10 mil MW, sendo 2 mil MW já aprovados, mas que não começaram a construção”, disse.