
PCH Bela Vista
As entidades do setor de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) consideram restritivo o prazo de 7 de fevereiro para cadastramento junto à Empresa dePesquisa Energética (EPE), com vistas ao Leilão de Energia Nova”A-5″ programado para 25 de julho de 2025.
De acordo com o presidente da Abragel, Charles Lenzi, o prazo definido é por si só um fato a priori restritivo à participação em massa dos projetos no certame, dado que os empreendedores contam com praticamente um mês para se estruturarem e adotarem todas as providências técnicas e documentais.
“O prazo praticamente inviabiliza o cadastramento de parcela relevante dos empreendimentos”, diz o presidente da Associação que formalizou, através de ofício endereçado ao MME, solicitação de prorrogação do prazo a fim de possibilitar a participação de maior número de projetos.
Por sua vez, o presidente da AGPCH (Associação Gaúcha de Pequenas Centrais Hidrelétricas), Paulo Sérgio da Silva, também lamentou “o tempo curto parao cadastramento”. “Certamente, isso deverá interferir na participação no número de empreendimentos do Rio Grande do Sul”, acrescentou. “Estamos tentando viabilizar algo entre cinco ou seis projetos correspondentes a cerca de 100 MW por meio de tratativas com a Fepam.”
Alessandra Torres, presidente da Abrapch, disse que a entidade solicitou à Agência Nacional de Energia (Aneel) a criação de uma força-tarefa a fim de viabilizar a questão ambiental dos projetos.
Sobre a expectativa em relação ao número de PCHs e de MW para o leilão A-5, Lenzi afirma que se for levada em conta a demanda dos últimos leilões os montantes a serem contratados não serão muito significativos. Já o preço de 380,00 MW/h que foi o preço teto do último certame realizado atualizado pelo IPCA, ele afirma que ele deve ser apenas um sinalizador econômico que tenha como objetivo atrair interessados em participar.
“Quanto maior o número de interessados maior será a competição e, consequentemente, o preço tende a cair. Assim, o mais importante é que o preço teto não iniba eventuais e potenciais participantes, dado que cada projeto tem uma condição diferente e única e, consequentemente, uma equação econômica e financeira distinta.”
Alessandra Torres definiu como estreito o preço fixado pela portaria e lembrou que depois da pandemia da Covid houve o aumento dos custos com insumos, o que deve dificultar aos empreendedores alcançar o patamar fixado pelo certame. No entanto, destacou que com o leilão, o governo irá perceber que existe demanda por novos empreendimentos de fonte hídrica.
Lenzi, ao comentar a pretensão do MME, de contratar 3.287 MW de PCHs até 2034, de acordo com o PDE 2034, ou seja, aproximadamente 50% sobre o volume atual, afirmou que somente o potencial projetos aprovados pela Aneel seria possível viabilizar mais de 600 centrais hidrelétricas de pequeno porte (até 50 MW) totalizaria mais de 9.000 MW. Ou seja, mais de R$ 110 bilhões de investimento com geração de 450 mil empregos diretos e indiretos.
“As centrais hidrelétricas geram energia firme e despachável e são complementares a outras fontes renováveis, como solar e eólica, auxiliando na segurança energética. Outro fator importante é o custo da energia gerada pelas PCHs sob a ótica do consumidor. A Abragel publicou um estudo com uma análise aprofundadados custos reais associados a cada fonte de energia, tanto os custos diretos como indiretos. O resultado mostrou que a energia mais econômica ao consumidor final é a hidrelétrica. Primeiramente, a das grandes UHEs, seguida das PCHs, e depois a eólica, a UTE, solar centralizada, e por fim, a geração distribuída “,concluiu Lenzi.
Fonte: revistahydrobrasil